No último post escrevi um pouquinho sobre a empatia no encontro paciente-terapeuta e hoje quero dividir com vocês meu olhar sobre uma questão bem recorrente neste contexto, que é a identificação do terapeuta com seu paciente. Esse é um aspecto muito comum a todas as relações e não seria diferente no consultório.
Acolher a ideia de que somos tocados por nossos pacientes humaniza o lugar do terapeuta e confirma que, algumas vezes, o que chega através do processo de Psicoterapia pode esbarrar nas nossas próprias histórias, nas nossas experiências pessoais, nos nossos sentimentos mais íntimos.
Impressiona o quanto é possível que o paciente seja um espelho das nossas próprias questões e essa condição demanda do terapeuta atenção e muito cuidado. Cuidado para não antecipar e tentar prever sentimentos e situações, cuidado para não atropelar o processo do paciente, seu tempo, sua compreensão e principalmente suas escolhas.
É preciso que o profissional saiba como lidar com essa possibilidade. Por isso, entendo que é indispensável ao Psicólogo também ter seu lugar como paciente, onde possa buscar a compreensão de suas questões e, consequentemente, estar livre para acolher o que bater a porta em seu consultório. O fundamental é ter propriedade sobre o profissional que podemos e devemos ser ao estar lá para o outro.